Georg Trakl: “De Profundis”
24 de junho de 2010 1 Comentário
DE PROFUNDIS
Há um restolhal, onde cai uma chuva negra.
Há uma árvore marrom;ali solitária.
Há um vento sibilante, que rodeia cabanas vazias.
Como é triste o entardecer
Passando pela aldeia
A terra órfã recolhe ainda raras espigas.
Seus olhos arregalam-se redondos e dourados no crepúsculo,
E seu colo espera o noivo divino.
Na volta
Os pastores acharam o doce corpo
Apodrecido no espinheiro.
Sou uma sombra distante de lugarejos escuros.
O silêncio de Deus
Bebi na fonte do bosque.
Na minha testa pisa metal frio
Aranhas procuram meu coração.
Há uma luz, que se apaga na minha boca.
À noite encontrei-me num pântano,
Pleno de lixo e pó das estrelas.
Na avelãzeira
Soaram de novo anjos cristalinos.
Georg Trakl
Grande Trakl,
Quando tinha 16 anos me deparei com uma colecao de poemas dele, bilingue (alemao-portugues) foi o meu primeiro contato com a lingua alema. De profundis e classico. E o poeta tambem tem uma historia de interessante. Lutou na 1 Guerra Mundial e tudo mais. Parabens pelo post.
http://imaginarybeing.wordpress.com/